14 de junho de 2008

Talvez houvesse beleza...
Mas era torpe
e bruto de poesia.
Tinha apenas um sorriso enebriado,
onde guardava o mundo.
Entoando um canto pagão,
se cobriu de asfalto
E ali ficou.
Jamais nasceu.
Lembro-me de meu avo deitado,
quase ausente.
Minha avó rezava
e a casa cheirava a café e dor.

Um dia, minha avó se deitou,
quase santa.
E eu, então,rezava.
A casa cheirava a solidão e flor.

A cama era silêncio
e veio ruído fúnebre da porta que se fechava.
A casa se calou, vazia.

1 de junho de 2008

Hoje me falta poesia
Sem palavras sigo
Muda

Calo-me
em reverência ao acaso
Contemplo a trama de teia fina
sobre o chao cercado de mim

e de voce