18 de agosto de 2008

Descobri-me refém do medo que envolve os sem coragem

Sempre fui forte,
jamais recuei

Hoje,
volto mansa a mim
e me rendo diante do que sou
Sofro de melancolia

Tenho saudade

Não da vida,
mas de alma

Ah, Adélia,
pudesse eu escrever seus versos,
não sofreria tanto de mundo...

16 de agosto de 2008

Perdoa os devaneios dessa louca
que rosna, rasga, que te sufoca

Covarde é meu grito que te corta
que nasce das vozes alheias
que vem do medo que me assola

Perdoa o sem-nexo de meus delírios,
não os trarei mais comigo

Agora trago em mim você

E me ofereço a ti

Não o meu amor,
mas eu

Em silêncio
e corpo

14 de junho de 2008

Talvez houvesse beleza...
Mas era torpe
e bruto de poesia.
Tinha apenas um sorriso enebriado,
onde guardava o mundo.
Entoando um canto pagão,
se cobriu de asfalto
E ali ficou.
Jamais nasceu.
Lembro-me de meu avo deitado,
quase ausente.
Minha avó rezava
e a casa cheirava a café e dor.

Um dia, minha avó se deitou,
quase santa.
E eu, então,rezava.
A casa cheirava a solidão e flor.

A cama era silêncio
e veio ruído fúnebre da porta que se fechava.
A casa se calou, vazia.

1 de junho de 2008

Hoje me falta poesia
Sem palavras sigo
Muda

Calo-me
em reverência ao acaso
Contemplo a trama de teia fina
sobre o chao cercado de mim

e de voce

23 de março de 2008

Pesa o compendio
desse surto continuo
sem nexo
dislexico

Sao seria ter senao
mas ponderar um surto
nao faz de mim razao

Entao aclamo o surto
conclamo aceitaçao
cedo ao clamor ardente
de ultrajada razão