9 de julho de 2007

DESABAFO

Deve haver verdade honesta neste mundo,
aquém de toda ocasião,
pautada apenas no seu profundo.

Um dia desses ainda encontro honestidade.
Prefiro a dor de uma verdade
ao romance hostil de uma ilusão.

Resisto, então, a toda prova de falsidade,
pautada em fragil necessidade
de um desvalido de cunhão.

Abdico da facilitada realidade,
forjada por falta de coragem
ou, talvez, por auto-compaixão.

Pessoas mancas apoiadas em enganos!
Resisto a seus ardilosos planos
e ao seu completo tudo que eu nunca quis ter.

Guardem para si tamanha hipocrisia,
hoje não necessito de tais honrarias
Há muito vivo sem nelas crer.

Meu peito ereto vem marcado de estillhaços
por ver aquilo que escondia,
com tanto zelo, em seus capachos.

Agora exibo orgulhosa a tatuagem
e aos quatro ventos ando rindo
de suas desonestidades.

A estrada passa e eu continuo competindo
mas já não os vejo ali bulindo,
ou zombando sem cessar.

Esse é o fim de toda gente trapaceira:
um dia enta na fogueira
e queima ate se sufocar.

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